quarta-feira, 10 de agosto de 2011

As cores do camaleão

Você já deve ter visto aqueles uniformes militares camuflados pintados de verde e marrom. A intenção dos soldados é aparecerem o mínimo possível a fim de não serem vistos pelos inimigos. Mas esse tipo de camuflagem nem chega perto da eficiência de animais como o camaleão, que são capazes de mudar a cor da pele.







Há cerca de 80 espécies de camaleões (que podem chegar a medir de 60 cm a um metro de comprimento), a maior parte delas na África, ao sul do Saara. No Brasil, também são encontrados principalmente na Amazônia. Além da capacidade de mudar de cor, o bicho é conhecido pela língua rápida e comprida (cerca de um metro), e pelos olhos capazes de se movimentar de forma independente um do outro. Mas como eles conseguem mudar de cor?






Os camaleões têm células especializadas em duas camadas sob a pele externa, que é transparente: as células cromatóforas e as células guanóforas. As cromatóforas, que ficam na camada superior da pele, contêm pigmentos amarelos e vermelhos. Logo abaixo delas, fica a camada das células guanóforas, que contêm uma substância cristalina e incolor, a guanina. Os guanóforos refletem principalmente a cor azul. Se a camada superior de cromatóforas for amarela, a luz refletida se torna verde (já que azul com amarelo forma essa cor). Abaixo dessas células, há uma camada de pigmento escuro (melanina) que contém melanóforos. São eles que influenciam o brilho e a claridade da luz refletida. Esse pacote de células em camadas diferentes é capaz de relocar seus pigmentos gerando a famosa variação de cores do camaleão.






Mas é bom que se diga que essa capacidade de mudar de cor nem sempre é para se camuflar. Às vezes (a maior parte das vezes, na verdade), o camaleão quer mesmo é ser visto. Um estudo de cientistas australianos e sul-africanos demonstrou que o réptil muda de cor por uma variedade de finalidades: comunicação, camuflagem e controle de temperatura. Entretanto, a razão primordial dessa habilidade é transmitir mensagens a outros camaleões, a fim de repelir rivais ou atrair parceiros.






Como os camaleões têm sistemas visuais distintos do dos humanos – eles possuem um tipo de cone sensível a raios ultravioleta (UV) –, os pesquisadores tiveram antes de identificar o que os bichos estavam vendo. E descobriram que as maiores mudanças de cores ocorriam quando os camaleões se socializavam.






Resumindo, o camaleão foi criado com um complexo sistema de mudança de cores e, ao mesmo tempo, com olhos capazes de captar as nuances dessa variação. É puro projeto inteligente não camuflado!






Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).
 
FONTE

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