terça-feira, 30 de agosto de 2011

Adventismo no Brasil

“Pouco se sabe no Brasil, nos meios adventistas, sobre a disseminação da mensagem entre nosso povo. Pouco ou quase nada um membro da igreja pode relatar sobre a época em que a tríplice mensagem [referência a Apocalipse 14:6-10] raiou no Brasil, através do porto de Itajaí, em Santa Catarina. A triste realidade é que a igreja não teve meios para conservar sua memória histórica...” (Ivan Schmidt, José Amador dos Reis – Pastor e Pioneiro, p. 9). Enquanto pensava no tipo de projeto final que eu deveria fazer para alcançar o grau de bacharel em Jornalismo, concluindo assim os quatro anos de faculdade na Universidade Federal de Santa Catarina, deparei-me com o texto citado acima. “E por que não?” – disse para mim mesmo – “Por que não fazer uma reportagem sobre o início da obra da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil?”
Naquele momento, escolhi meu projeto. Os seis meses seguintes foram dedicados à pesquisa sobre pessoas e fatos que fizeram história no meio adventista mas que, infelizmente, em boa parte foram esquecidos.

Nos primeiros dois capítulos deste livro, fiz uma breve introdução de como teve início a história da Igreja Adventista no mundo. Em seguida, procurei contextualizar a chegada da mensagem no processo da colonização alemã no Vale do Itajaí-Mirim – berço do adventismo no Brasil. Para isso, tive de gastar bom tempo em pesquisas sobre o assunto, principalmente no Museu Histórico do Vale do Itajaí-Mirim, em Brusque.

Como os fatos relatados (referentes à chegada do adventismo ao Brasil) ocorreram há mais de um século e, como já disse, poucos são os registros sobre eles, tive de contar principalmente com informações obtidas nas entrevistas com os parentes dos pioneiros – a maioria netos e bisnetos – e com os raros livros e artigos publicados em revistas denominacionais.

Passei horas agradáveis entrevistando pessoas e rememorando situações inspiradoras. Tive o prazer de caminhar por lugares históricos. Conheci a casa onde ficava o armazém de Davi Hort, local onde foi aberto o primeiro pacote de literatura adventista; o rio onde foram batizados os primeiros conversos; a primeira igreja adventista do sétimo dia no Brasil, no bucólico vale de Gaspar Alto; o púlpito de onde foram pregados os primeiros sermões no pequeno templo; a casa-dormitório dos estudantes da primeira Escola Missionária Adventista do Brasil e os cemitérios da Esperança (em Gaspar Alto, SC) e dos Pioneiros (na Fazenda Passos, RS), onde estão sepultados os pioneiros do movimento adventista.

Coletadas as informações, a questão agora era: Como escrever sobre tudo isso? Que estilo usar? Um texto bíblico do profeta Habacuque me deu a idéia. Ele, que viveu cerca de 600 anos antes de Cristo, conhecia as técnicas modernas de escrever melhor do que muitas pessoas, hoje: “Vou subir a minha torre de vigia e vou esperar com atenção o que Deus vai dizer e como vai responder à minha queixa. E o Deus Eterno disse: ‘Escreva em tábuas a visão que você vai ter, escreva com clareza o que vou lhe mostrar, para que possa ser lido com facilidade’” (Hb 2:1, 2).

O profeta se colocou num ponto estratégico: na torre de vigia. Um local onde, ao mesmo tempo em que se mantinha próximo a Deus, podia observar o que acontecia ao seu redor, o que falava o povo, quais as tendências sociais da época, para onde ia o rei...

“Para que possa ser lido com facilidade.” “Prender” o leitor o tempo suficiente para ler nossa mensagem é realmente um desafio. Era no tempo de Habacuque e é muito mais em nosso mundo agitado. Por isso, o escritor deve mobilizar recursos que envolvam o leitor e o façam prosseguir na leitura.

Como o simples relato cronológico dos eventos seria monótono, utilizei recursos próprios da literatura, como reconstituição de cenas e diálogos. Afinal, “em termos modernos, a literatura e o jornalismo são vasos comunicantes, são formas diferentes de um mesmo processo”, diz o crítico Boris Schnaiderman, citado no livro Páginas Ampliadas – O Livro Reportagem como Extensão do Jornalismo e da Literatura, p. 139.

No mesmo livro, à página 142, o autor Edvaldo Pereira Lima, jornalista, escritor e pesquisador, diz que “os norte-americanos aplicam o termo jornalismo literário para designar a narrativa jornalística que emprega recursos literários. Os espanhóis a denominam de periodismo informativo de creación. Esse emprego é necessário porque, para alcançar poder de mobilização do leitor e de retenção da leitura por sua parte, a narrativa de profundidade deve possuir qualidade literária”.

Apesar de o público alvo deste trabalho serem os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, pensei também nos possíveis leitores que não pertencem à igreja. Assim, encontraremos, por exemplo, um casal de alemães em Brusque “lendo” sobre a segunda vinda de Cristo e Roberto Fuckner “demonstrando” à esposa o porquê de ter-se decidido pela observância do quarto mandamento – o sábado – como dia sagrado.

Embora tenha procurado ser imparcial ao narrar os eventos – como deve procurar fazer todo jornalista –, admito que exalto com apaixonado entusiasmo a obra e os feitos realizados pelos pioneiros do movimento adventista. O leitor saberá compreender que o livro foi escrito por alguém que pertence ao movimento e defende sua filosofia e, por isso mesmo, não pretende divorciar-se de seus valores para atingir uma impossível perspectiva neutra.

Finalmente, os agradecimentos. Seria impossível mencionar todas as pessoas que, de forma direta ou indireta, contribuíram para que este trabalho fosse desenvolvido. Mesmo assim, não poderia deixar de agradecer às senhoras Paulina Gohr e Neli Bruns, a Augusto Alfredo Fuckner, Hilza Fuckner, Clara B. Hort, Henrique Carlos Kaercher e Herta Hort Kaercher, Marta Hort Rocha e Diomar Donato da Rocha, Eliseu Calson e Iria Calson (bondoso casal que me hospedou enquanto coletava dados em Gaspar Alto), Arnoldo Schirmer e Edith Belz Schirmer, Helmut Schirmer, Evaldo Belz (neto de Guilherme Belz), Edegardo Max Wuttke (o incansável pesquisador) e pastor Cláudio Belz (bisnetos de Guilherme Belz, que me franquearam seus arquivos de família e partilharam singelas recordações), Otto Kuchenbecker (responsável pelo Museu Histórico do Vale do Itajaí-Mirim, que me concedeu acesso aos arquivos do museu), Olinda Hort Schmitt, pastor Ivo Pieper (distrital de Jaraguá do Sul, na época), pastor José M. de Miranda (então distrital de Brusque) e sua esposa Rosemarie (por todo auxílio prestado na obtenção de informações na região de Brusque), Erich Olm (advogado da Divisão Sul-Americana) e ao seu pai Germano Willy Olm (neto de Augusto Olm, o primeiro ancião da IASD, no Brasil), aos pastores Wilson Sarli (ex-diretor da Casa Publicadora Brasileira) e José Silvestre (diretor de Jovens da Associação Paulistana), ao Arquivo Histórico de Itajaí. Agradeço, também, à professora e jornalista Neila Bianchin pelo acompanhamento e orientação na elaboração deste trabalho e ao professor e jornalista Dr. Nilson Lage pela copidescagem do texto original. Mas, sobretudo, agradeço ao Criador por me conceder o privilégio de lidar com assunto tão inspirador. Cresci muito com este projeto e passei a sentir ainda mais “orgulho” da fé que professo – o que espero transmitir a você, leitor.

Esta reportagem resumida e adaptada ao blog (lançada integralmente em forma de livro pela Casa Publicadora Brasileira, em 2000, com o título A Chegada do Adventismo ao Brasil) não é um apanhado de biografias. É antes a “biografia” de uma mensagem que transpõe barreiras étnicas e geográficas; atravessa o tempo e alcança pessoas de diversas idades e culturas (alcançou-me em 1989). Uma mensagem de esperança que tem o poder de transformar vidas, mudar corações. Uma mensagem que, segundo Manoel Margarido, ex-diretor de colportagem da União Sul-Brasileira da IASD, “está voando celeremente nas asas aurifulgentes da página impressa, deixando um rastro luminoso de [pessoas] esclarecidas. O seu vôo ... será ininterrupto, até que a mensagem resplandeça com grande poder em todo o mundo” (Revista Mensal, abril de 1930, p. 2).

Meu sincero desejo é que este livro possa ser uma justa homenagem aos homens e mulheres que dedicaram a vida para estabelecer a obra adventista no Brasil. Ao mesmo tempo, espero alcançar uma classe muito especial da igreja: os jovens. Que esta leitura possa inspirá-los com o exemplo dos bravos pioneiros que não mediram esforços ao lutar por aquilo em que acreditavam.

Michelson Borges

Tatuí, março de 2000

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A Pérola Negra Que Combate a Diarréia

Lembro-me com saudades de minha infância passada numa pequena cidade do interior do Paraná - Wenceslau Brás. A casa onde eu morava tinha uma árvore frondosa, tipo médio da jabuticabeira, com tronco liso, casca lisa e flores brancas em feixes muito perfumados.


Gostava era de ver a grande quantidade de frutos pequenos, arredondados, muito doces, com cascas que variavam de verde, vermelho, até roxo-negro, que crescem pregadas ao tronco, cobrindo-o e subindo pelos galhos. É um alimento fácil dos pássaros famintos.

Eu subia no tronco bifurcado e ficava admirando e saboreando esta frutinha doce, rompendo-se com facilidade com uma leve mordida, deixando escapar sua suculenta e esbranquiçada polpa de sabor muito agradável.

Minha mãe Aparecida, de saudosa memória, aconselhava a ingestão do primeiro fruto com a casca, para evitar prisão de ventre, hábito que conservo até hoje. A jabuticabeira é uma árvore brasileira muito comum no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Seu nome científico é Myrcia jabuticaba cauliflora Berg e pertence à família Myrtaceae, a mesma do camu-camu, jambo e goiaba. Existindo outras espécies: myrciaria jabuticaba, jabuticaba murta, paulista-açu e Sabará.

Possui sais minerais, micronutrientes, vitaminas, fibras e tanino.

As vitaminas são: B 1 (tiamina), que dá energia para o Cérebro. É raro existir uma pessoa que não necessite de tiamina. Se você consome alimentos cozidos, precisa mais de tiamina, pois 50% desta vitamina são eliminadas pelo cozimento. Com a idade, o organismo humano não consegue metabolizá-lo. Quem tem miocardiopatia (relacionada ao consumo alcoólico) deve usar mais a vitamina B 1, para evitar doenças cardíacas. A vitamina B 2 (riboflavina) é uma varredora de radicais livres.

A vitamina B 2 restringe o dano causado por um infarto ou ataque cardíaco, protegendo os glóbulos vermelhos. A deficiência pode levá-lo ao risco de morte prematura. Possui vitamina C (ácido ascórbico), cada vez mais documentada por evidências científicas, pois reforça a defesa imunológica.

Nos casos de câncer, ajuda no bloqueio da função da nitrosamina, um agente cancerígeno.

Pesquisas comprovam que o ácido ascórbico previne o câncer de cólon, bexiga, endométrio e esôfago. Possui os seguintes minerais: cálcio; útil no combate à osteoporose e fortalecimento dos ossos e dentes; fósforo, que ativa o cérebro e evita o stress; e ferro, necessário para combater a anemia, principalmente em crianças e grávidas.

A película que separa a polpa da casca é muito aproveitada na medicina alternativa para o tratamento de asma e bronquite.

O chá das cascas da jabuticaba é sem sombra de dúvida, excelente para combater diarréias e disenterias, devido às taninos em sua composição.

A frutificação leva de 30 a 50 anos, dando uma produção de 80 caixas de 40 litros por planta anualmente. É ótimo consumi-la ao natural, na forma de geléias, sucos e sorvetes.

Valor energético em 100 g da fruta: 43 calorias.

Nota: Este texto é parte integrante do livro AS SENSACIONAIS 50 FRUTAS CAMPEÃES DE SAÚDE de LELINGTON LOBO FRANCO, EDITORA LOBO FRANCO

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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Livre-se da constipação intestinal

Uma seleção dos alimentos ingeridos pode ser uma boa forma de amenizar este problema.


A constipação intestinal ou prisão de ventre é uma das chamadas "doenças da civilização", causada na maioria das vezes por uma alimentação inadequada, pela insuficiência de atividades físicas e pouca ingestão de água.

As causas relacionadas à alimentação podem estar associadas ao consumo insuficiente de legumes e frutas e ao consumo freqüente de cereais refinados. Cereais integrais, legumes, verduras e frutas contém além de vitaminas e minerais, as fibras naturais de sua composição, e quando ingeridos em quantidade suficiente, estimulam os movimentos das ondas intestinais "empurrando" a massa fecal, evitando assim a constipação.

Eis algumas dicas para evitar a constipação:

1. Ingerir bastante líquido, evitando que as fezes se tornem duras, secas e pouco volumosas, acarretando transtornos na evacuação.

1. O estímulo térmico pode ser um valioso auxiliar como estimulante intestinal. Tomar água fria, em jejum, provoca o funcionamento dos intestinos.

1. O consumo de frutas é mais indicado do que os sucos coados, pois estes são pobres em resíduos.

Alimentos Laxativos

Frutas: Ameixa, mamão, laranja, melão, morango, abacaxi. Cereais: Aveia, pão integral, bolachas integrais, arroz integrais, macarrão integral. Outros: Vegetais folhosos, feijões e frutas oleaginosas.

Alimentos Constipantes

Frutas: Caju, goiaba, banana prata, maçã sem casca. Cereais: Fécula de arroz, pão de farinha branca, bolachas d'água. Outros: Chá preto, chá de mação, dextrose.

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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

As cores do camaleão

Você já deve ter visto aqueles uniformes militares camuflados pintados de verde e marrom. A intenção dos soldados é aparecerem o mínimo possível a fim de não serem vistos pelos inimigos. Mas esse tipo de camuflagem nem chega perto da eficiência de animais como o camaleão, que são capazes de mudar a cor da pele.







Há cerca de 80 espécies de camaleões (que podem chegar a medir de 60 cm a um metro de comprimento), a maior parte delas na África, ao sul do Saara. No Brasil, também são encontrados principalmente na Amazônia. Além da capacidade de mudar de cor, o bicho é conhecido pela língua rápida e comprida (cerca de um metro), e pelos olhos capazes de se movimentar de forma independente um do outro. Mas como eles conseguem mudar de cor?






Os camaleões têm células especializadas em duas camadas sob a pele externa, que é transparente: as células cromatóforas e as células guanóforas. As cromatóforas, que ficam na camada superior da pele, contêm pigmentos amarelos e vermelhos. Logo abaixo delas, fica a camada das células guanóforas, que contêm uma substância cristalina e incolor, a guanina. Os guanóforos refletem principalmente a cor azul. Se a camada superior de cromatóforas for amarela, a luz refletida se torna verde (já que azul com amarelo forma essa cor). Abaixo dessas células, há uma camada de pigmento escuro (melanina) que contém melanóforos. São eles que influenciam o brilho e a claridade da luz refletida. Esse pacote de células em camadas diferentes é capaz de relocar seus pigmentos gerando a famosa variação de cores do camaleão.






Mas é bom que se diga que essa capacidade de mudar de cor nem sempre é para se camuflar. Às vezes (a maior parte das vezes, na verdade), o camaleão quer mesmo é ser visto. Um estudo de cientistas australianos e sul-africanos demonstrou que o réptil muda de cor por uma variedade de finalidades: comunicação, camuflagem e controle de temperatura. Entretanto, a razão primordial dessa habilidade é transmitir mensagens a outros camaleões, a fim de repelir rivais ou atrair parceiros.






Como os camaleões têm sistemas visuais distintos do dos humanos – eles possuem um tipo de cone sensível a raios ultravioleta (UV) –, os pesquisadores tiveram antes de identificar o que os bichos estavam vendo. E descobriram que as maiores mudanças de cores ocorriam quando os camaleões se socializavam.






Resumindo, o camaleão foi criado com um complexo sistema de mudança de cores e, ao mesmo tempo, com olhos capazes de captar as nuances dessa variação. É puro projeto inteligente não camuflado!






Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).
 
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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Cérebro tem banda larga interna

Uma nova tecnologia ligada a uma importante descoberta, pode abrir amplas janelas para entender o funcionamento do cérebro. No fim do ano passado foi anunciada a descoberta de circuitos de neurônios especiais que podem trafegar dados em velocidades até 3 mil vezes maiores que a rapidez normal entre certas áreas do cérebro. O mais surpreendente é que esses circuitos estão em áreas que até recentemente se consideravam inúteis no cérebro. Tradicionalmente os cientistas concentraram seus estudos no mapeamento e funcionamento dos neurônios, as principais células nervosas, tentando monitorar como elas disparam potenciais elétricos que conduzem mensagens ao longo do seu corpo e liberam neurotransmissores químicos nos pontos de contatos com outros neurônios.


Os neurônios estão principalmente no que se chama “massa cinzenta” que ocupa a metade do volume do cérebro. A outra metade, chamada de “massa branca” é constituída de longos filamentos com poucos neurônios.

Pouquíssimo se sabia da função dessa massa branca, que se parece uma cabeleira de filamentos isolados por uma substância gordurosa isolante chamada mielina. Sabia-se que danos nesse encapamento de mielina, quando rompido por doenças, pode ser uma das causas do mal de Alzheimer, assim como fios elétricos desencapados podem causar curtos-circuitos danosos.

O que se descobriu recentemente é que as longas fibras brancas desempenham um papel importante na transmissão de informações dentro do cérebro. Essas fibras, aparentemente, funcionam como se fossem conexões de banda larga popularizadas na Internet. George Bartzokis, professor de psiquiatria da Universidade da Califórnia, explica as recentes descobertas na edição de dezembro da Technology Review: “Graças às camadas de isolamento que impedem a fuga de impulsos elétricos, as fibras com mielina podem mandar sinais aproximadamente 100 vezes mais rápidas que as não isoladas. A mielina também faz transmissão de mais informações por segundo, reduzindo o tempo de espera entre sinais. Com isso os neurônios blindados por mielinas podem processar 3 mil vezes mais informações. Isso é crucial para a fala e processamento da linguagem,” diz Bartzokis.

[Se você tiver tempo e se interessar pela leitura do restante do texto, clique aqui.]

Três trechos me chamaram a atenção de maneira especial:

“Os neurônios formam conexões que lembram rios correndo numa planície, seguindo leitos de menor resistência. … esses caminhos, pela experiência e aprendizado, acabam formando feixes densos em direções predominantes. O reforço de conexões muito usadas acaba alterando sua forma, da mesma maneira que músculos muito exercitados ficam mais fortes e definidos.” [Isso quer dizer que aquilo que lemos, assistimos, ouvimos, pensamos acaba "moldando" o cérebro e tornando mais fácil ou mais difícil pensar de determinada maneira. "Pela contemplação somos transformados", já dizia Ellen White, há um século.]

“Seres humanos têm mais de 100 bilhões de neurônios que fazem entre eles mais de 100 trilhões de conexões, as chamadas sinapses. Para se ter ideia da complexidade, um dos dispositivos mais complicados produzidos pela tecnologia, o microprocessador Intel duocore mais avançado tem apenas 400 milhões de transistores, os equivalentes aos neurônios.”

“O cérebro é essencialmente um computador que cria sua fiação durante o desenvolvimento e que pode refazer seus circuitos”, explica Sebastian Seung, um neurocientista computacional do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).

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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O jornalismo oculto da Superinteressante

A revista Superinteressante do mês passado uniu na matéria de capa (mais uma vez) dois temas que vendem muito: vida de Jesus e mistério. Como já ocorreu em situações semelhantes nessa publicação, a matéria peca pela parcialidade das fontes: via de regra, a Super recorre a teólogos liberais e a arqueólogos agnósticos e/ou ateus. Na matéria “Os anos ocultos de Jesus”, a fonte principal é John Dominique Crossan, co-fundador do controverso Jesus Seminar. Logo de cara, Crossan, com o tom polêmico de sempre, “informa” aos repórteres da Super que “os autores de Mateus e Lucas [!], que se basearam em Marcos, parecem ter ficado constrangidos com a baixa formação de Jesus. E deram um jeito de melhorar a coisa. Mateus (13:55) diz que o pai de Jesus é que era tekton [“pedreiro”, não necessariamente “carpinteiro”, segundo a matéria]. E Lucas omitiu todo o versículo”. Assim, somos “informados” categoricamente pela revista sobre o “fato” de Jesus ter sido pedreiro e não carpinteiro, conforme a Bíblia. Bem, aí está o tom que perpassa a matéria.


A reportagem de um ângulo só também nos avisa de que Jesus teria sido discípulo de João Batista, muito embora reconheça que “os evangelhos não falam de João como mestre de Jesus”. E precisam? Pra que Bíblia, se temos a Superinteressante para nos dizer o que realmente aconteceu e nos ajudar a fazer a verdadeira interpretação dos ensinos escriturísticos?


Que evidências a revista apresenta para sustentar essa suposta relação discípulo-mestre entre Jesus e João? Ei-las: “Tal como João Batista, Jesus via o mundo dividido entre forças do bem e do mal. E anunciava que Deus logo interviria para acabar com o sofrimento e inaugurar uma era de bondade. Em suma: tanto um como o outro eram o que os pesquisadores chamam de ‘profetas apocalípticos’. E se os Evangelhos jogam tanta luz sobre João Batista (Lucas fala inclusive sobre o nascimento do profeta, assim como faz com Jesus), a possibilidade de que a relação deles tenha sido mais profunda é real.”


Não ocorre aos autores do texto que Jesus e João foram ambos enviados de Deus e que, portanto, tinham mesmo uma mesma mensagem para dar ao mundo? Se João recebe destaque em Lucas, isso se deve ao fato de ter sido ele um profeta de destaque justamente por ter servido de arauto do Messias. E se a pregação deles fosse diferente, aí a Super afirmaria que Jesus contradisse João, como já sugeriu que Paulo teria feito em relação à mensagem de Jesus.


Além de considerar a ressurreição e os milagres de Jesus “mitologia cristã” (embora haja boas evidências para a ressurreição) e logo em seguida afirmar o que inicialmente supôs (ou seja, que Jesus seria filho de pedreiro), Super menciona pelo menos uma diferença entre a mensagem de João e a de Jesus: como João anunciou a vinda do reino e acabou morrendo, Jesus teria ficado tão “abalado” com a não intervenção divina nesse caso que teria mudado sua visão/definição de reino. “João Batista havia imaginado uma intervenção unilateral de Deus. Jesus imaginou uma cooperação bilateral: as pessoas deveriam agir em combinação com Deus para que o novo reino chegasse”, diz Crossan.


Nada a ver! Jesus pregou a respeito do reino da graça e do reino da glória; um presente entre os humanos (no coração deles) e outro que ainda virá. Crossan bagunça tudo! Seria essa compreensão equivocada resultante dos resquícios teológicos de seu tempo de religioso (sevita) católico, misturada a sua visão cética adotada depois? Sei lá. Melhor pensar assim do que imaginar que Crossan estaria agindo com desonestidade intelectual abraçada e aplaudida pela Super. Ler os evangelhos com a mente aberta, sem preconceitos, não dói, pessoal! Ah, e jornalistas também podem ler a Bíblia por si mesmos, sem depender da interpretação desse ou daquele estudioso.


Confesso que, daqui em diante, tive que fazer muito esforço para ler o restante do artigo, afinal, para que perder tempo com ficção travestida de reportagem? Mas fui adiante e confirmei minha suspeita de enviesamento ideológico quando li outra declaração, desta vez do famoso agnóstico Bart D. Ehrman, autor o livro Quem Foi Jesus? Quem Jesus Não Foi?: “Não há nenhum relato, em qualquer fonte antiga, sobre o rei Herodes massacrar crianças em Belém, ou em seus arredores, ou em qualquer outro lugar”, diz ele. Ok. Então é assim que funciona: quando a Bíblia não diz nada, eles inventam; quando diz alguma coisa, não aceitam. Difícil, né?


A matéria ainda lança suspeitas sobre a autoria dos evangelhos, cita outra liberal – Karen Armstrong < http://www.criacionismo.com.br/2008/05/uma-releitura-da-bblia.html > – para defender a tese de que os autores (mesmo João e Mateus) não teriam sido testemunhas oculares, e termina afirmando que mesmo “os anos considerados como os mais conhecidos da vida de Jesus também são cheios de episódios misteriosos”. [Leia também “Bíblia teria autores falsos?” http://www.criacionismo.com.br/2008/09/bblia-teria-autores-falsos.html ]


Ah, sim, mais um detalhe: Jesus pode não ter sido exatamente crucificado, mas “arvorificado”. É a teoria (controversa, é verdade, mas e daí) do arqueólogo Joe Zias, da Universidade Hebraica de Jerusalém.


O artigo termina assim (consegui chegar ao último parágrafo): “Só no século 2, quase 100 anos após a morte de Jesus, começam a aparecer relatos sobre ele no centro do Império. Um deles é uma carta do político romano Plínio ao imperador Trajano. Plínio cita pessoas conhecidas como ‘cristãs’ que veneravam ‘Cristo como Deus’. Outra fonte é o historiador romano Tácito, que menciona os ‘cristãos (...), conhecidos assim por causa de Cristo (...), executado pelo procurador Pôncio Pilatos’. Suetônio, que escreveu pouco depois de Tácito, informa sobre uma perseguição de cristãos, ‘gente que havia abraçado uma nova e perniciosa superstição’. Uma ‘superstição’ cuja mensagem convenceria cada vez mais gente, a ponto de, no século 4, o imperador romano em pessoa (Constantino, no caso) converter-se a ela. E o resto é história. Uma história que chega ao seu segundo milênio. Com 2 bilhões de seguidores.”


Ainda bem que historiadores romanos (e um judeu: a revista se esqueceu de Josefo) citam Jesus em seus escritos, caso contrário, Superinteressante diria que Jesus nem sequer teria existido.


Tenho certeza de que, com essa matéria com sabor de teoria da conspiração, a edição de julho da Super deve ter vendido bastante, afinal, sempre há os incautos que dão crédito a esse tipo de conteúdo – especialmente o público preferencial da revista: adolescentes que ainda mal tiveram tempo de formar uma visão crítica da mídia e sequer leram bons livros de apologética cristã que respondem satisfatoriamente as questões levantadas pelo artigo. Com todo o respeito aos adolescentes.


Michelson Borges


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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Adventismo 3

Grupos...

Depois Conferência de Albany em 1845, onde 61 delegados compareceram, foi organizada a Associação Milenial Americana (American Millennial Association). Todavia não foi possível uma concordância doutrinária e nos subsequentes anos foram formando denominações dissidentes da Associação Milenial Americana.

Adventistas Dominicais

  • Igreja Evangélica Adventista (Evangelical Adventist Church) - organizada em 1845, é a instituição herdeira da Associação Milenial Americana. Acredita na consciência da alma após a morte e que os justos ressucitarão primeiro, depois haverá um julgamento dos ímpios e a condenação desses no fogo eterno. Virtualmente extiguiu-se nos Estados Unidos depois de 1916.
  • Igreja Cristã do Advento (Advent Christian Church) - acredita na imortalidade condicional da alma e na aniquilação dos ímpios.
  • União do Advento e Vida (Life and Advent Union) - fundada por George Storrs em 1863, uniu-se com a Igreja Cristã do Advento em 1964.

Adventistas Sabatinos

  • Igreja Adventista do Sétimo Dia Das Igrejas Adventistas é a maior. Hoje ela tem igrejas em quase todos os países do mundo (em 2002 eram 236 países). Seus membros em todo o mundo, ao mesmo tempo, estudam semanalmente as mesmas Lições da Bíblia. É muito conhecida por suas obras assistenciais (ASA), escolas de todos os níveis, hospitais, clínicas médicas, asilos. As rádios e TVs Novo Tempo com suas programações variadas sobre educação, família, saúde, assuntos doutrinários e músicas evangélicas. Possuem inúmeros conjuntos musicais dentre os quais o que é considerado uma instituição, que em 2012 completará 50 anos, são os (Arautos do Rei), quarteto da Voz da Profecia. Possui várias editoras (em 2002 eram 56), chamadas Casas Publicadoras em vários países. Sua doutrina fundamental é baseada no "santuário terrestre". O ritual do santuário terrestre aponta diretamente o que Cristo fez enquanto estava aqui, como homem, na Terra e o que hoje faz no santuário celestial (Hebreus 9 e 10). Creem que a salvação de todos os salvos, tanto os do velho quanto os do novo testamento é concretizada apenas pela graça, jamais através da lei (II Timoteo 1:9). Entendem que os 10 Mandamentos, escritos pelo próprio dedo de Deus (Êxodo 31:18) estão ainda em vigor, inclusive o que fala para as pessoas guardarem o sábado do sétimo dia. (Êxodo 20:1-17) Diferente do que muitos pensam, os adventistas do sétimo dia aceitam somente a Bíblia como sua regra de fé. Os escritos de Ellen White nunca são consideradados uma segunda Bíblia ou um complemento dela, pois ela nunca acrescentou nada à Bíblia, apenas esclarece pontos da palavra sagrada. "Adventistas" porque creem no advento de Cristo. "Sétimo Dia" porque guardam o sábado, o sétimo dia da semana, dia em que Deus descansou, abençoou e santificou no Édem (Gênises 2:1-3) antes do pecado. Possuem em seu credo 28 doutrinas fundamentais, entre elas a da Trindade e o batismo por imersão nas águas. Vários escritores evangélicos, não adventistas, a descrevem como uma igreja evangélica, não uma seita.