segunda-feira, 25 de maio de 2009

A ESTRATÉGIA ERRADA

Alguns querem modernizar nossa mensagem e nosso estilo de vida

Era sábado. Eu havia acabado de pregar em uma grande igreja e fui almoçar na casa de um dos irmãos. Enquanto conversávamos, ele foi direto: “Estou preocupado com os rumos que as coisas estão tomando na igreja.” Logo comecei a imaginar aquilo de que ele iria reclamar.

Para minha surpresa, ele falou: “O mundo está se modernizando, todos estão mais tolerantes, mas a igreja parece que ainda não entendeu isso.” Eu estava ainda mais admirado enquanto ele continuava: “O sábado, por exemplo, é um assunto em relação ao qual a igreja precisa se contextualizar. Essa história de levar os membros a guardá-lo a qualquer preço está fora de lugar. Se a igreja continuar assim, vai se isolar
e diminuir cada vez mais.”

Gastei tempo pensando nas palavras dele.


A princípio, elas me pareceram fora de propósito e apenas produto da cabeça dele. Mas acabei entendendo que existem outras pessoas que pensam dessa forma, talvez até inconscientemente.

Alguns refletem esse pensamento querendo “modernizar” nossa mensagem ou estilo de vida, para tornar atrativa a igreja. Querem parecer menos diferentes e mais iguais. Para Ellen White, essa estratégia está errada. Ela é clara quando diz que “a conformidade aos costumes mundanos converte a igreja ao mundo; jamais converte o mundo a Cristo” (O Grande Conflito, p. 509).

Outros tentam esconder sua identidade, pensando em não criar preconceito e, com isso, abrir portas no futuro. Sei que devemos ser prudentes, mas essa também é uma estratégia errada. Precisamos apresentar a mensagem bíblica com amor, de forma positiva, mas também com profundidade, clareza e refletida em nossa forma de viver.

Existem também aqueles que procuram viver como os que ainda não se entregaram a Jesus, querendo ser aceitos por eles. Acham que esse é um ponto de aproximação, que elimina barreiras. Outra estratégia errada! Pode até eliminar barreiras humanas, mas cria barreiras espirituais. É o principio da água e do óleo. Um pode influenciar o outro, mas não se misturam. Quanto mais perto estivermos da volta de Cristo, mais diferentes vamos ficar, até que esse convívio se torne impossível e Ele venha nos buscar.

Com dor no coração, tenho visto algumas pessoas que deixam de lado nossa identidade de formas tão simples e práticas, do tipo:

1. Aparência pessoal fora dos princípios bíblicos. Modéstia e decência não combinam com roupas que apelam para o sensualismo, uso de unhas coloridas ou joias, por mais discretas que possam parecer (1Pe 3:3, 4). Ellen White afirma: “A abnegação no vestir faz parte de nosso dever cristão. [...] abster-se de ostentação de joias e ornamentos de toda espécie, está em harmonia com nossa fé” (Evangelismo, p. 269). “Joias e vestuário dispendioso não nos darão influência” (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 249).

2. Frequência a lugares impróprios para um cristão. Bares, boates, cinemas ou shows são ambientes que não combinam com o estilo de vida adventista nem com os valores cristãos. Eles enfraquecem nosso testemunho.

3. Gosto musical comprometido. Não podemos esquecer que, nos últimos dias, “Satanás fará da música um laço” (Ellen White, Eventos Finais, p. 159). Não é tentando tornar nossa música mais gospel ou mais popular que vamos fazê-la poderosa. Ela poderá ficar mais interessante, mas acabará sendo menos eficaz.

4. Enfraquecimento dos princípios de saúde. Continuamos sendo o povo que cuida do corpo como o templo do Espírito Santo (1Co 6:19); que busca uma alimentação saudável e natural; que não usa bebidas alcoólicas ou café por recomendação inspirada: “O único caminho seguro é não tocar, não provar, não manusear o chá, o café, vinhos, o fumo [...] e as bebidas alcoólicas” (Ellen White, Conselhos Sobre Saúde, p. 125). O mundo está apresentando essa mensagem sem timidez. Não podemos enfraquecê-la.

Le Roy Froom dizia que “enquanto a igreja evangeliza o mundo, o mundo seculariza a igreja”. Essa é a estratégia errada. As pessoas não estão procurando um evangelho de segunda linha, que seja uma coisa, mas tenta parecer outra. Nossa sociedade não quer mais desse evangelho. Por isso, como igreja, somos desafiados a reformar e não nos conformar com os hábitos da sociedade em que vivemos (Rm 12:2). Afinal, “ninguém, depois de acender uma candeia, a cobre com um vaso ou a põe debaixo de uma cama; pelo contrário, coloca-a sobre um velador, a fim de que os que entram vejam a luz” (Lc 8:16). Vamos usar a estratégia certa!

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O pastor Erton Kohler escreve mensalmente para a Revista Adventista, periódico mensal publicado pela Casa Publicadora Brasileira.

FONTE: Mensagem do Presidente - Revista Adventista

terça-feira, 19 de maio de 2009

COLUNA DA TALYTA

Sim. O ônibus é uma ótima fonte de inspiração.

Hoje mais uma vez estava eu na luta diária e ao subir no ônibus me deparei com uma cena inesperada. Havia uma criança, um molequinho de uns 4 ou 5 anos eu acho que estava sentado no primeiro assento, aquele sozinho que fica imediatamente após a porta. Ele estava estendendo suas mãos para cada um dos passageiros que entrava. As duas mãos.

Mas não era pedindo colo, ele estava em pé estendendo os bracinhos pra baixo na direção de quem subia.

Eu ignorei as mãos dele, como quase todos que entraram, eu acho. Mas porque esse menino estava estendendo as mãos? O que se passava na cabeça dele e porque provavelmente a maioria ignorou o ato dele?

Acredito que ninguém espera que alguém vá estender as mãos para te ajudar a subir as escadas do ônibus né, o ser humano está acostumado a tentar solucionar suas dificuldades sozinho. Para entrar no ônibus, muitas vezes quem entrar primeiro ganha! Os últimos assentos vazios, os lugares na janela pra tirar um cochilo... Sempre o eu, eu e eu.

Mas, porque as mãos estendidas? Ainda mais de uma criança. Por acaso ele daria conta sozinho de puxar alguém escada acima? Eu não vi o rosto dele, mas devia ter um sorriso, ou um olhar carinhoso, alguma coisa assim. Sabe, mesmo o primeiro passageiro que entrou ignorando as mãos dele, ou inocentemente passando sem ver, esse menininho não desistiu, ele estendeu as mãos novamente pro próximo.

Vocês conseguem imaginar a cena? Mas o que chama atenção é que ele nem sequer sabia quem ia subir ali, e mesmo assim estendeu as mãos.

Porque? Será que a mãe dele ensinou isso pra ele em casa? Acho difícil, o mundo anda tão perigoso, alguém poderia fazer uma maldade com o pequeno, dar alguma coisa pra ele comer, bater nele, sei lá!

Prefiro pensar que a atitude dele era simplesmente voluntária. Eu não precisava de ajuda pra subir, acredito que quase ninguém. E se fosse uma velhinha? Ah, uma velhinha precisaria. Mas não é essa a questão.

Na nossa vida, passamos por muitos momentos difíceis mas sabemos que ao nosso lado sempre tem alguém com os braços estendidos. Nós ignoramos, tentamos vencer tudo sozinhos, mas os braços estão lá, mesmo que seja apenas para tornar a subida menos cansativa. Mesmo nós adultos sabendo que o pequeno não teria força pra me puxar pra cima, ele tentou com tudo que tinha, independente da minha reação, do meu
humor.

Quando Jesus Cristo diz "Vinde a mim vós que estão cansados..." Ele quer tornar nossa subida menos cansativa. Mesmo quando temos certeza que conseguimos fazer o que for sozinhos, Ele ainda está lá, quer nos ajudar. Que nós possamos parar e enxergar a nossa volta, que possamos aprender com as pequenas coisas, reparar os pequenos gestos, os pequenos milagres do dia.

Que, como uma criança, nós possamos auxiliar uns aos outros incondicionalmente... É isso que Jesus fez e faria no nosso lugar. E que, diferente de mim no ônibus, que nós possamos perceber isso tudo a tempo e não apenas quando olharmos pra trás e vermos que poderia ter sido mais fácil se nós aceitássemos as mãos estendidas.

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Talyta Ribeiro

LIVROS DIDÁTICOS DEVERÃO TRAZER CONTEÚDO HOMOSEXUAL

Os livros didáticos deverão incluir, até 2011, a temática das famílias compostos por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Essa é uma das 50 ações e diretrizes previstas no Plano Nacional da Cidadania dos Direitos Humanos de LGBT, lançado ontem pelo governo. Elaborado por representantes de 18 pastas, o plano orientará a elaboração de políticas públicas de curto e médio prazo voltadas à inclusão social e combate às desigualdades. "É o início de uma caminhada. Como tudo em direitos humanos, demanda tempo, é a construção de uma nova cultura, superando uma cultura de séculos de violência, discriminação e preconceito", afirmou o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi. "Há 10 anos ninguém pensaria que as passeatas do orgulho gay mobilizariam os milhões de brasileiros que mobiliza hoje. Essa mudança tem que estar refletida", frisou.

Como exemplo, citou o fato da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda ter restrição à doação de sangue por parte da população LGBT e a referência à pederastia no Código Penal Militar. De acordo com o Plano Nacional da Cidadania dos Direitos Humanos de LGBT, ambas as questões serão tratadas pelo governo federal.

As ações incluem outras importantes reivindicações do movimento LGBT, como o reconhecimento dos direitos civis de casais homossexuais e a criação de dispositivos legais e jurídicos que garantam o direito do casal homossexual de adotar filhos.

Estão previstos, também, o encaminhamento de mulheres transexuais e travestis condenadas a presídios femininos e até a modificação da legislação do Imposto de Renda para que parceiros do mesmo sexo possam ser incluídos como dependentes.

O governo federal também se compromete a apoiar iniciativas legislativas que tramitam no Congresso Nacional e tratam dos direitos da população LGBT e a criar e implementar, por meio de lei, um fundo nacional de combate à discriminação homofóbica.

Todas as ações têm prazo previsto para execução (entre 2009 e 2011) e ter órgão responsável pelo encaminhamento. O monitoramento deverá ser feito por um grupo que ainda será criado e coordenado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos.

(Diário Catarinense)

Nota: A discriminação deve ser combatida em todas as suas formas, sem dúvida, mas impor leis e mecanismos que beneficiem minorias limitando os direitos da maioria é algo a se temer. O pastor Sérgio Santeli, do blog Minuto Profético, ainda questiona: "Resta saber o que é, de fato, ser homofóbico. Ao limitar a liberdade de expressão dos religiosos o governo brasileiro estará abrindo caminho para o delito de opinião, algo inconstitucional. Não seria correto, então, o governo brasileiro usar o mesmo critério para os programas cristãofóbicos?"

Quanto aos livros didáticos, supreende que o MEC seja contra o ensino do cricionismo ou da teoria do design inteligente, ao passo que forçará a inserção de conteúdos homossexuais, assunto igualmente polêmico.[MB]


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DEUS NÃO TEM ORKUT

Outro dia li uma frase curiosa numa camiseta dessas que circulam por aí. A frase era: “Só aceito jesus se mandar scrap”.

Foi inevitável pensar:
e se jesus tivesse um orkut? quais seriam as comunidades? que imagens escolheria guardar em seu albúm de fotos? quantos seriam seus amigos? As respostas não são tão importantes. O que o orkut revela é a necessidade que as pessoas – independente de idade, nacionalidade, posição social ou predileções – têm de relacionamentos. O problema acontece quando se contentam com a versão mais superficial.

Se o conceito de amigo é
“o sujeito que lhe escreve duas ou três vezes por semana uma dúzia de palavras abreviadas, apressadas e desconexas; que lembra de seu aniversário graças ao lembrete insitente de sua ‘página inicial’, que quase o acusa de crime se não lhe enviar um recado ‘especial’; que criou uma comunidade com seu nome…”, desculpe-me, esta é uma idéia muito rasa para mim.

Problema maior ocorre quando a mesma confusão é transferida para o campo espiritual. Jesus, repetidas vezes, é apresentado na bíblia como um amigo. Essa imagem me encanta. Mas é preciso ter cuidado antes de interpretá-la.
Cercados por esta “geração orkut”, somos tentados a desenvolver um relacionamento superficial inclusive com Deus. O perigo é esperar de Deus tão somente “recadinhos” – açucarados, superficiais, vazios – quando o que ele quer é manifestar de maneira real e visível seus atos de salvação em nossa vida. Salvação é mais do que um resgate protagonizado por Deus, que nos livra do reino do pecado, é um ingresso pago, que nos dá acesso ao reino da vida. Salvação não é algo virtual. Não é um privilégio da alma, ou uma bênção reservada somente para o futuro. Salvação é o que Deus deseja realizar com cada ato seu em nossa vida. Salvação é Deus arregaçando as mangas e entrando em nossa luta, trazendo soluções concretas para nossas crises pessoais, dando nova luz a nossos sonhos opacos, consertando os relacionamentos quebrados. Ninguém recebe milagres por scraps. É preciso abrir mais do que uma nova janela. É preciso abrir todas as entradas da vida, como um palco perfeito para a ação divina.
Se você recebesse um convite de jesus agora mesmo, que espaço ele receberia em sua vida?
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