terça-feira, 17 de março de 2009

ESTUDO DO BID: TELENOVELAS BRASILEIRAS TEM AFETADO À FAMÍLIA - MAIS DIVÓRCIOS E MENOS CRIANÇAS

A conclusão é dos investigadores que analisaram as telenovelas noturnas.

As telenovelas noturnas do canal brasileiro O Globo não somente cativam 40 milhões de telespectadores a cada noite. Seu poder vai muito além e estão influenciando aspectos como o número de divórcios e a fecundação, assegura a revista britânica The Economist.

Segundo documentos do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), cientistas rastrearam a expansão de O Globo no pais e compararam isto com os dados sobre fecundação e divórcio do pais.

O índice total de fecundação caiu de 6,3 filhos por mulher em 1960 à 2,3 em 2000, mesmo quando teria estado se des-incentivando oficialmente a anticoncepção em parte desse período.

Os documentos afirmam que as famílias pequenas e felizes que eram mostradas na telinha contribuíram com esta tendência. Ao controlar outros fatores, a chegada de O Globo se associava com uma baixa de 0,6 pontos percentuais na probabilidade de uma mulher dar a luz num ano determinado.

O efeito sobre o divórcio é menor, porém considerável. Os cientistas perceberam que entre 1975, quando foi debatido pela primeira vez o divórcio, e 1984, um de cada cinco dos protagonistas nas telenovelas era divorciado ou separado, uma porcentagem maior do que no Brasil real. Estas separações não eram tão somente um resultado do machismo: a partir de meados da década de 1960 até meados da década de 1980, ao redor do 30% dos personagens protagónicos femininos nas telenovelas era infiel.

Da mesma forma, os cientistas perceberam que a chegada e abrangência de O Globo numa área estava associada com um aumento de 0,1 a 0,2 pontos percentuais na porção de mulheres de entre 15 e 49 anos que estava divorciada ou separada. Os autores estimam que ver as mulheres "investidas de poder" que curtiam muito a vida no Rio de Janeiro fazia com que outras mulheres decidissem ser mais independentes.


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TRADUÇÂO: Karina Vega Parra

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