Nossa vida é curta. Não percebemos como ela "voa". Daí, ter um coração sábio é fundamental para evitar erros que produzem dores.
O Salmo 90 verso 10 diz: “Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.” A expectativa atual de vida do brasileiro é, em média, 72,4 anos (IBGE, 2007). Os japoneses são os que vivem mais, com média de 82,6 anos, sendo 79 para os homens e 86,1 para as mulheres. O último colocado é a Suazilândia, país no sul da África, onde a expectativa de vida é de apenas 39,6 anos, com 39,8 para os homens e 39,4 para as mulheres.
O tempo passa sem percebermos bem. Moisés usa a expressão "nós voamos". escrevendo isto há quase 3500 anos atrás, tendo vivido 120 anos! Não perceber o tempo passar é uma das coisas da vida, assim como o aprendizado do viver em si, ou seja, a experiência. Uma atriz famosa disse certa vez que "envelhecer é ruim, mas amadurecer é bom". É verdade. Demora amadurecer, não é?
Muitos jovens jovens rebeldes têm razão quanto ao motivo da sua zanga que os fazem se rebelar. Podem ter mesmo sido injustiçados em sua família. Talvez o pai, ou a mãe, ou ambos, consciente ou inconscientemente cometeram erros graves com eles, protegendo outros irmãos, dando preferência a outros membros da família com exclusão deles, demonstrando afeto exageradamente mais a um filho do que a outro, etc. Pai e mãe fazem isto talvez por ainda não terem resolvido os problemas emocionais de sua própria infância, e estes problemas, então, que viveram com seus pais, repercutem na vida com seus filhos.
Este Salmo é uma oração de Moisés a Deus. No verso 12 diz: "Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios." O que é ter um coração sábio? Coração na Bíblia se refere à parte profunda da sua mente, da qual originam nossos pensamentos, sentimentos e condutas. Quando por revolta contra seus pais você faz algo querendo machucá-los, você machuca a si mesmo de alguma forma, mesmo que a dor só apareça bem mais tarde na vida.
Pais cometem injustiça com seus filhos, em geral involuntariamente. Mesmo sendo sem querer, as marcas ficam e há consequências nos relacionamentos na vida adulta. Uma delas pode ser escolher errado a pessoa com que você se casa. Não é incrível como procuramos um parceiro ou parceira parecido(a) com características positivas e também negativas de nossos pais? Por exemplo, a moça que teve um pai alcoólico pode "jurar de pé junto" que nunca se casará com um homem que gosta de beber, e acaba se casando com um alcoólico! O rapaz que teve mãe autoritária e detestava isto, se casa com uma mulher mandona. O por que disto parece que tem que ver com o fato de que nos habituamos durante a infância com o que temos, seja ruim ou bom, e podemos não aprender que pode haver algo melhor, que é possível aprender a viver e não somente a sobreviver com pessoas problemáticas. E, claro, deixar de ser uma pessoa problemática.
É incrível como copiamos atitudes, gestos, forma de pensar, de expressar sentimentos e até sintomas físicos e mentais de nossos pais! Alguém pode jurar que nunca fará algo ruim com seus filhos como foi feito consigo pelo pai ou pela mãe ou por ambos, e descobrir lá na frente que está repetindo o mesmo com seus filhos. Se negar isto, o mesmo erro seguirá indefinidamente. Se perceber e aceitar, há a chance de lutar para mudar e evitar o ciclo ruim na próxima geração.
Ter motivo de revolta por causa de injustiças cometidas contra nós é correto. Mas precisamos tomar consciência e assumir a responsabilidade pelo que fazemos em nossa conduta devido às emoções produzidas nas situações injustas. Temos que pagar o preço por nossas escolhas ruins, e às vezes o preço é muto alto.
Como adquirir um coração sábio? Cultivando humildade, honestidade emocional, consciência, parar com a negação, assumir a dor pessoal e tomar uma atitude positiva na vida. Também precisamos entender que mais importante do que nossos pais fizeram com a gente, é o que fazemos com o que eles fizeram.
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