sexta-feira, 19 de setembro de 2008

TESTEMUNHO DA CAMILA

Olá! Não sabia pra onde mandar meu testemunho. Tudo o que eu queria, no entanto, era falar pra alguém; então mandei pra vocês. Que Deus abençoe todos nós...Beijo. Camila.

Apenas um toque


"O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu, continuarei a fazer obra maravilhosa no meio deste povo; sim, obra maravilhosa e um portento; de maneira que a sabedoria dos seus sábios perecerá, e a prudência dos seus prudentes se esconderá."
Is.29:13,14.

Hoje é domingo, 7 de setembro de 2008. Esta noite eu fui curada com apenas um toque. Há oito meses eu sofria com uma doença que não aparecia nos exames, nem tinha uma explicação. Nunca soube por que (para que) estava doente, até esta noite.

Me batizei aos nove anos. Naquela época, tudo o que eu queria era estar com Jesus em cada momento. Havia um orgulho dentro do meu coração de pertencer a Alguém que tinha doado a própria vida. Pra mim, era a melhor coisa do mundo ter Jesus como melhor amigo. Era Ele quem segurava minha mão e minhas lágrimas nos momentos tristes e quem colocava de novo um sorriso no meu rosto e me dava esperança de tê-Lo por perto pessoalmente para sempre. Jesus foi o meu primeiro amor.

O tempo passou e eu deixei meu melhor amigo de lado. Troquei-O por outros amigos ou, até mesmo, por coisas que me pareciam mais interessantes. Nesses momentos, a gente sempre pensa no que pode ganhar, ou imagina ganhar, e sempre se esquece também do que pode perder, ou de quem pode perder, Foi assim que eu me perdi do meu Deus.

E a companhia dEle me fazia falta. Mas, em vez de procurá-lo de novo, decidi que eu podia me virar sozinha. Eu podia, até mesmo, ocupar o lugar dEle na minha vida. Eu podia ser meu próprio deus. A idéia era tão absurda que eu precisei me enganar e dizer pra mim mesma que seria fácil. A velha amizade que eu tinha com Ele me permitiria me divertir um pouquinho. Eu só precisava continuar fingindo ser cristã. Eu não iria matar ninguém, mesmo. Nem iria fazer nada grave. Afinal de contas eu ainda era "da igreja".

Só que a diversão não me satisfazia. Talvez porque, graças a Deus, eu nunca tive coragem suficiente pra deixar de me enganar e sair de cima do muro. Mas a mediocridade da minha vida cristã me atormentava. E, aos poucos, eu fui me lembrando da diferença que havia entre ser "da igreja" e ser de Deus. E Alguma Força, de vez em quando, me fazia recordar o meu primeiro amor. Mas eu nunca quis, de verdade, abrir mão de toda a diversão que eu tinha encontrado brincando de ser dona da minha vida. E o que mais me impressionava era o fato de Deus, mesmo assim, não desistir de mim.

Numa pregação dessas, em um dia desses que a gente não lembra, eu resolvi aceitar um apelo enquanto fazia a seguinte oração: "Jesus, deixa eu voltar pros Seus braços? O único problema é que eu não quero ir. Mas se Você quiser, pode me arrastar. Me traz de volta ao primeiro amor, Senhor, mesmo que seja necessário que eu sinta dor, que eu fique doente, que eu passe um grande problema, sei lá... Eu só quero uma força pra voltar." Existem coisas que a gente pensa que pede e ninguém houve. Fazer pedidos pra Deus é perigoso. Ele não mente e não espera que nós mintamos.

Tudo corria bem desde então, a não ser o fato de meu ciclo menstrual apresentar uma séria irregularidade. Tive uma amenorréia de 8 meses. Por algum tempo eu ignorei a doença. Achei que não fosse nada grave. Depois, quando passou algum tempo e eu vi que realmente era muito anormal o que estava acontecendo, fiquei assustada. Pensei, por muitas vezes, que estava ficando estéril aos 19 anos de idade, mas tratei de fingir que não era nada, acostumada que estava a dar pouca importância às grandes coisas da minha vida. Há uns dois meses, no entanto, comecei a procurar ajuda médica. Todos os exames diziam que eu era normal e não havia nenhum motivo aparente para a doença.

Eu nunca havia pedido que ninguém orasse por mim a respeito disso. Talvez por falta de fé, ou, talvez, por loucura mesmo. Mas depois da última semana de oração e da implantação do grupo Guerreiros de Oração aqui no Guará, Alguém me deu coragem pra pedir à minha mãe que orasse por mim. É claro que ela já orava, mas foi no culto de pôr-do-sol de sexta-feira a primeira vez que eu externalizei e especifiquei o meu pedido. Enquanto eu falava com a minha família sobre o meu problema, me lembrava de alguém que, como eu, também sofria com uma disfunção menstrual. Marcos 5:24-34 nos conta a história da mulher enferma.Fiquei por um tempo meditando na oposição que havia entre a permanência do fluxo dela e ausência do meu. Dois extremos que precisavam de um milagre.

O sábado passou. Neste domingo de manhã, uma música não saia da minha cabeça; mesmo que eu quisesse pensar em alguma outra coisa, o trecho da música voltava à minha mente. Gosto de ouvir louvores internacionais e essa era uma das únicas que eu não havia traduzido ainda. Mesmo assim, ou talvez por isso mesmo (quando se trata de milagres as únicas certezas que a gente tem são as necessárias), só um pedaço da música ficou na minha cabeça: "If I could just touch..."(One Touch - Nicole C. Mullen). "Se eu pudesse apenas tocar..." era o que eu repetia pra mim mesma.

À noite, no culto dos Guerreiros, escrevi meu pedido e meu agradecimento para depositar no altar. Por algum motivo, nesta noite, eu quis agradecer por ter uma mãe que me amava muito. Pedi, entre outras coisas, que Deus retirasse a doença de mim e tocasse o meu coração. No início da pregação deste domingo, depois de uma oração, o irmão Manassés me trouxe um recado do Espírito Santo. Lá da frente, ele disse: "Houve cura na igreja do Guará hoje!" E eu sabia que era comigo, se foi pra mais alguém, eu não sei (talvez, como a mulher enferma, o meu milagre tenha acontecido no caminho da ressurreição de alguém). A certeza necessária para mim é: que era da minha cura que ele estava falando.

Chorei nessa hora, como há muito tempo não chorava. Mas Deus não parou aí. Enquanto a pregação continuava, o irmão Manassés pediu que abríssemos a Bíblia em Isaías 29. Os meus olhos não saíam dos versículos 13 e14. Eles me descreviam e diziam da misericórdia de Deus pra mim. "Continuarei a fazer maravilhas", dizia o Senhor. Mesmo eu sendo uma cristã só "de boca e de lábios" e não de coração, Deus veio me tocar. Não fui eu quem atravessou a multidão e o toquei. Eu apenas estendi os braços e Ele me tocou.

Comecei a entender o "para que" estava doente ali mesmo, no banco da igreja. Enquanto eu conversava com Deus, tentando entender o que estava acontecendo, o culto se finalizava. Quando o irmão Manassés anunciou o hino final, meu coração estremeceu. Tive vontade de gargalhar dentro da igreja, de tanta felicidade. O hino era o 400 - Quero Ter Jesus Comigo, meu hino favorito da época em que Jesus era O mais importante pra mim. Foi tanta coincidência que eu duvidei. "Senhor, é assim mesmo? Você está usando o pregador pra falar exclusivamente comigo? Comigo?", eu perguntei. "Você duvida?", foi a resposta de Deus. Então o irmão Manassés disse: "Não; vamos trocar o hino. O Espírito Santo pediu que nós cantássemos outro hino."

Não me importava nem um pouco qual era o outro hino. O hino 400 estava ali só porque o meu Deus e meu Melhor Amigo estava me arrastando de volta. Ele ouviu a oração intercessória de minha mãe (foi por isso que eu agradecera por ela, mesmo sem saber o porquê). E ouviu a minha oração também. Pois mesmo as orações feitas "maquinalmente", como diz Isaías, ainda fazem com que Deus opere maravilhas que nos assombram e nos fazem enxergar sua magnanimidade, tudo isso por amor... Tanto houve as orações que me enviou uma doença e uma cura pra que eu percebesse que Ele me ama.

Ele me ama! De modo exclusivo, único e inesgotavelmente misericordioso. Rogo a Deus que todos possam sentir esse amor, como eu senti. A cura desta noite foi apenas um toque. É apenas o começo de uma jornada em que Deus deu o primeiro passo e me arrastou pra junto dEle. Mas é uma caminhada que eu pretendo continuar, com os meus pés sempre seguindo os passos do meu Melhor Amigo e meu Primeiro Amor, Quem me dá todos os toques de que eu preciso pra não sair do lado dEle nunca mais. Acredite! Ele pode tocar você.


Camila

Um comentário:

  1. Que testemunho lindo, que Deus abençoe vc Camila e esse blog também!

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